CLIMA
As características climáticas do Município não
diferem muito das de sua região. A temperatura do ar é sempre elevada, com
média anual de 25,6o C e valores médios para as máximas de 31o C e para as
mínimas de 22,5o C. Quanto a umidade relativa, esta apresenta valores acima de
80% em quase todos os meses do ano.
A pluviosidade se aproxima dos 2.000 mm anuais,
porém, com certa irregularidade, durante todo o ano. As estações chuvosas
coincidem com os meses de dezembro a junho e as menos chuvosas, com os meses de
julho a novembro.
O tipo climático da região é o Amazonico, que se
traduz como um clima, cuja média mensal de temperatura mínima é superior a 18o
C tem uma estação seca de pequena duração e amplitude térmica inferior a 5o C
entre as médias do mês mais quente e do mês menos quente.
O excedente de água no solo, segundo o balanço
hídrico, corresponde aos meses de fevereiro a julho, com um excedente de mais
de 750mm, sendo março o mês de maior índice. A deficiência de água se se
intensifica entre agosto e dezembro, sendo setembro o mês de maior carência, ao
constatar-se em menos de 90mm.
VEGETAÇÃO
O município de Santarém tem diversos tipos de grupos de vegetação, que variam bastante em função dos tipos de solos e da drenagem hídrica.
As áreas relacionadas à vegetação nativa constituem o elemento de maior representatividade na região em estudo, ocupando uma superfície com cerca de 18.334 km2, o que representa 69% de todo o espaço municipal de Santarém. Ocorrem, preferencialmente, na porção meridional, ao longo das principais bacias hidrográficas que cortam a região. Em função de suas características, foram subdivididas em Floresta; Cerrado e Várzea, esta última com ampla ocorrência no extremo norte do município.
Floresta
Ocupa a maior porção do elemento considerado (vegetação nativa), cobrindo uma superfície de 16.882 km2, o que corresponde a 63,66% da área total do município. Compreende a três grandes grupos de cobertura florestal, que são:
Grupo 1 - Floresta Densa de Terra Firme: Formação típica da região Amazônica, é também conhecida como floresta tropical chuvosa. É caracterizada por suas grandes árvores, geralmente com uma ou duas espécies que se sobressaem ao estrato arbóreo uniforme, entre 25 a 35 m de altura. Ocorre, principalmente, nas porções sul, sudeste e sudoeste do município e, em menor escala, nas demais regiões.
Grupo 2 - Floresta Aberta com Cipoal: Floresta rala, apresentando poucas árvores, normalmente envolvidas por cipós, de baixa altura, raramente ultrapassando 20 m. Dentro desse tipo de floresta costumam ocorrer manchas de Floresta Densa. Concentra-se na parte centro sul do município, ao longo da rodovia BR-163.
Grupo 3 - Floresta Aberta com Palmeiras: É uma formação mista de palmeiras e de árvores latifoliadas bem espaçadas, de altura bastante irregular (entre 10 a 25 m), apresentando agrupamentos de palmeiras nos vales rasos e concentrações de leguminosas nas superfícies aplainadas. Maior concentração a nordeste e pequena porção no Centro do Município.
De uma maneira geral, as áreas de floresta apresentam um interesse relevante para a economia do município, notadamente aquelas relacionadas à Floresta Densa de Terra Firme e Floresta Aberta com cipoal, pela presença de madeiras de alto valor comercial, como tauari (courati spp), jarana (leeythis lucida) e itauba (mezilaurus itauba), entre outras.
Cerrado
Corresponde àquelas áreas quase totalmente desprovidas de vegetação, onde ocorrem somente tipos arbustivos, tortuosos e de pequeno porte, além de gramíneas. Compreende cerca de 314,25 km2 de superfície, o que representa 1,18% da área do município. Está bem caracterizado na porção setentrional da área, próximo às desembocaduras dos rios Tapajós (incluindo parte da belíssima região de Alter do Chão) e Arapiuns, bem como a nordeste da ilha do Tapará, próximo à divisa com o município de Monte Alegre, assim como na região do Lago Grande do Curuai. As áreas de cerrado (ou campos naturais) apresentam ausência quase que total de vegetação, solos de baixa fertilidade, extremamente arenosos, denominados areias quartzosas. Em geral, constituem paisagens de grande beleza natural, com potencial para o setor de turismo.
Várzea
Localizada na porção setentrional do município, representa aquelas áreas submetidas temporariamente às inundações do rio Amazonas e afluentes, formados pela justaposição de ilhas, diques marginais, cordões fluviais, etc., os quais, em conjunto com os lagos ali existentes, compõem um típico "padrão anastomótico".
Sua origem está relacionada à deposição de sedimentos pelo rio Amazonas (principalmente), levando à formação das inúmeras ilhas que marcam esse domínio. No conjunto, compreende uma superfície com 1.137 km², o que corresponde a cerca de 4,29% do espaço municipal.
Suas ocorrências típicas estão situadas no extremo norte da região, constituindo, entre outras, as ilhas Ituqui, Maicá, Aracampina, Tapará, Palhão, São Miguel, Ponta Grande, Bom Vento, Marrecas, Patacho, Torrão Papaterra, Campo, etc. Na várzea, a vegetação típica está representada por gramíneas ( pastos), desenvolvidas sobre Solos Aluviais e Glei Pouco Húmico, em geral com elevada fertilidade. Possuem aptidão regular para lavouras baseadas em práticas agrícolas simples, que requerem de baixo a médio nível tecnológico. Além do potencial agrícola, são de grande importância para o setor turístico, por sua extrema beleza natural.
Fonte: Plano Municipal de Agropecuária Apud PRIMAZ
Documento: Inventário Florestal Preliminar do Potencial Madeireiro do Município de Santarém, 1996. Programa de Integração Mineral em Municípios da Amazônia PRIMAZ/CPRM: Situação do Espaço Municipal de Santarém
Documento: Inventário Florestal Preliminar do Potencial Madeireiro do Município de Santarém, 1996. Programa de Integração Mineral em Municípios da Amazônia PRIMAZ/CPRM: Situação do Espaço Municipal de Santarém
SOLOS
O município é composto de solos dos tipos:
Aluviais: Solos formados pela deposição de sedimentos de diversas naturezas, ao longo do rio Amazonas, lagos e afluentes.Glei Pouco Húmico: São solos formados por sedimentos aluviais recentes, encontrados às margens do rio Amazonas, lagos e afluentes.Latossolo Amarelo: São solos formados a partir da decomposição de argilitos e siltitos, encontrados em grandes áreas do município, como na região entre o Lago Grande do Curuai e o rio Arapiuns.Latossolo Amarelo Podzólico: Formados pela decomposição de arenitos, siltitos e argilitos, encontrados em diversas partes do município, principalmente nas proximidades da Cachoeira do Palhão, no rio Curuá-Una.Latossolo Vermelho-Amarelo: São solos formados da decomposição de arenitos, siltitos, argilitos, e são encontrados, especialmente, na região próxima ao Paraná do Ituqui.Podzólico Vermelho-Amarelo: Formados pela decomposição de arenitos e argilitos. Encontram-se localizados na parte sudoeste do município.Concrecionários Lateríticos : Formados pela decomposição de arenitos, siltitos e argilitos. São encontrados na porção nordeste do município, no limite com Monte Alegre.Areias Quartzosas: São solos formados pela decomposição de arenitos, sendo encontrados nas partes baixas do município, ao redor da sede e por toda a extensão da margem do rio Tapajós.
Fonte: Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento: Plano Municipal de Agropecuária.
GEOLOGIA E RELEVO
Por situar-se, estruturalmente, na Bacia Sedimentar
Amazônica, o município de Santarém apresenta terrenos Terciários da Formação
Barreiras - o de maior extensão na área do município - e sedimentos do
Quaternário Recente e Antigo.
Apresenta, também, ao Sul, áreas sedimentares de
idade Paleozóicas, que constituem o Grupo Tapajós, do Carbonífero, constituído
pela Formação Nova Olinda (folheados, siltitos, calcários e arenitos); Formação
Itaituba (margas, alários, arenitos e folheados) e Formação Monte Alegre
(arenitos, folhedos e siltitos). Está presente, também, a Formação, do
Devoniano Superior (arenitos muitos finos, siltitos e argilitos); Grupo
Urupadi, constituído pela Formação Ererê (arenitos e siltitos), Formação
Maecuru (arenitos finos, conglomerados e folhedos) e Formação Trombetas
(arenitos micáceos). Nessas Formações Paleozóicas, encontram-se instruções de
diques e “stoks”do diabásio Penatecaua, de direção NE-SW, do
Jurássico-Cretáceo.
Nas linhas dos Municípios, ao Sul, há presença de
Formação Prosperança, já fora da área da bacia sedimentar, formação essa que
faz parte do Pré-Cambriano Superior.
Acompanhando a geologia, o relevo é apresentado por
áreas de várzeas, terraços e praias fluviais, correspondentes ao Quaternário e
por tabuleiros e baixas colinas nas áreas Terciárias. Nas áreas Paleozóicas, ao
sul, o relevo torna-se mais expressivo, por apresentar um setor de planaltos
tabulares, áreas cuetiformes e algumas pequenas serras. No relevo santareno há,
portanto, quatro unidades morfoestruturais do Estado do Pará: Planalto da Bacia
Sedimentar do Médio Amazonas, Planalto Residual do Tapajós, Planalto
Tapajós-Xingu e Depressão Periférica do Sul do Pará.
HIDROGRAFIA
A rede hidrográfica do município foi dividida em seis bacias, sendo:
BACIA DO RIO AMAZONAS: Abrange mais de 1/6 de toda a extensão territorial do município. O rio Amazonas tem grande importância para o município, não apenas pela sua alta navegabilidade e riqueza na variedade e quantidade de pescados, mas também pelas suas terras de várzeas, com elevada fertilidade natural, em virtude da deposição cíclica de sedimentos, ricos em nutrientes.Na bacia do Amazonas destacam-se, também, inúmeras comunidades com seus artesanatos em palha, madeira, cerâmica, etc.
BACIA DO RIO ARAPIUNS: Localizada na porção oeste do município, entre as bacias do Tapajós e do Amazonas, a Bacia Hidrográfica do Arapiuns ocupa uma superfície aproximada de 7.064 km², correspondendo a cerca de 28% de todo o espaço municipal. Último grande afluente do rio Tapajós, o rio Arapiuns é um rio de águas límpidas, muito pobre em fitoplâncton e, em consequência, em vida aquática.
Ao longo da bacia do Arapiuns, existem inúmeras comunidades que se destacam na fabricação de artesanatos, utilizando como matérias-primas palhas e cipós diversos, além de cerâmica, madeira, tais como Cuipiranga, Urucureá, Vila Gorete, São Pedro e São Miguel.
BACIA DO RIO TAPAJÓS: É a segunda em extensão territorial, dentro das terras do município. O rio Tapajós é o principal curso d"água, cortando a porção central da região, de sul para norte, numa extensão de 132 km, até desaguar no Amazonas, em frente à cidade de Santarém.
Em grande parte da bacia do Tapajós predomina uma vegetação exuberante, com presença de árvores de grande porte, às vezes com alturas de 25 m a 35 m, caracterizando uma Floresta Densa de terra firme, na qual está inserida a Floresta Nacional do Tapajós, na margem direita do Tapajós.
Na bacia do Tapajós, além da beleza cênica (praias, lagos), propícias ao turismo de lazer e ao turismo contemplativo (áreas com botos, pássaros), merecem destaque as comunidades que se dedicam ao artesanato (palha/cipós/fibras, madeira, cerâmica), tais como as comunidades de Alter do Chão, Vila Franca, Anumã e Solimões.
BACIAS DOS RIOS MOJU, MOJUÍ E CURUÁ-UNA: As bacias dos rios Moju, Mojuí são tributárias da bacia do rio Curuá-Una e formam juntas toda a malha hídrica existente na chamada "Região do Planalto", composta por inúmeros igarapés e rios de pequeno porte, todos convergentes para o rio central, o Curuá-Una. Juntas perfazem um total aproximado de 9.986 km², ou cerca de 37,65% de todo o município, ocupando a porção leste da região.
A bacia do Curuá-Una, no extremo oriental, tem uma superfície aproximada de 4.055 km², representando cerca de 15% de todo o espaço municipal. O rio Curuá-Una, afluente da margem direita do Amazonas, é o principal curso d"água.
A bacia hidrográfica do Moju situa-se na porção centro-sul do município, entre as bacias do Curuá-Una e do Mojuí. Ocupa uma superfície aproximada de 3.325 km², ou cerca de 12,50% de todo o espaço municipal. O rio Moju, afluente da margem esquerda do Curuá-Una, é o principal curso d"água.A bacia do Mojuí está situada na porção central da região circundada pelas bacias do Tapajós, Amazonas, Curuá-Una e Moju. Ocupa uma superfície com cerca de 2.605 km², ou 9,80% do espaço municipal. O rio Mojuí, afluente do Moju, é o principal curso d"água.
Fontes: Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento: Plano Municipal de Agropecuária. Programa de Integração Mineral em Municípios da Amazônia - PRIMAZ: O Potencial Turístico do Município de Santarém. 1997.
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